fotogramas de filmes de ensaio - rocha de sousa
Cada artista, cada operador de imagens, todos eles, na fotografia, no cinema, nas artes plásticas, exprimem o seu amor ou a sua angústia através de obras como estas, procurando saber como existiram estes lugares e como se diluiram assim, em pleno abandono, conotáveis com as árvores próximas igualmente descarnadas. A Rendição das Almas, como filme de ensaio, referia-se de facto a um tempo de desistência, metalurgias inutilizadas, vago aceno ao futuro. Por mero acaso, e bondade de um amigo, foi-me permitido filmar cerca de trinta fotografias dos acontecimentos do 25 de Abril e, nesse mesmo dia, apanhar um dos mais espetaculares nevoeiros junto da ponte sobre o Tejo. Embora esclareça aqui que só utilizo fotogramas do filme inicial, a verdade é que ele se transformou, em montagem adequada, com inserts das fotos entre as redes e os ferros, no segundo filme e foi apresentado como «As Névos do 25 de Abril». Inseridas a preto e branco, no travelling que nos faz deslizar pelos muros de ferros oxidados, temos assim, ainda, entre destroços, uma força subliminar de cunho sebastianista.
3 comentários:
Sempre aquele artista!
Quando tiver um tempo, p.f., vá tbém ver a minha arte (emprestada) e mande uma picada.
Considero fenomenal a capacidade do olhar de um artista, quando consegue retirar o belo de um momento, espaço ou outra coisa qualquer através da sua perspicácia do pormenor.
EStas imagens são belíssimas.
Agradecendo os comentários que me deixou ontem nas minhas fotografias meramente amadoras e longe ainda de serem obras de arte, com muito respeito, tiro-le o chapeu pelo trabalho que tem vindo a expôr neste construpintar...
Belissimos momentos aqui rgistados.
:)
sobrinha
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