Páginas

sexta-feira, janeiro 04, 2013

DEPOIS DO DESAPARECIMENTO DA HUMANIDADE



Num dos séculos do segundo milénio, durante dois anos, todo o equipamento de energia nuclear no mundo começou a explodir, arrasando com grandes partes do planeta e a substância estrutural das sociedades humanas. Fugas em massa, desesperadas, não evitaram o horror da contaminação radioactiva. Em cerca de dez anos não havia rasto da humanidade, senão as suas cidades e tóxicas formas de exploração do  meios de energia mais perigosos. A fauna, em zonas remotas menos poluídas, resistiu ao nível de diversas espécies, como parte da flora, a qual, cem anos depois, já começara uma importante recuperação, absorvendo os meios em ruínas da civilização humana.
Em baixo, algumas antecipações, sem arranjo cronológico, de um filme que escalpelizou a evolução do fenómeno até ao deserto, por exemplo, que pulverizou e cobriu toda a cidade maníaco-festiva de Las Vegas.

 explosões quase em cadeia das centrais atómicas









Berlim e Londres, 200 anos depois, a parasitagem floral de Paris e um aspecto de Londres.
                                                                                       



Cerca de 300 anos mais tarde, este é um dos aspectos da cidade de Nova Iorque, com derrocada do Empire State Building, numa geral maceração do antiga metrópole.                   
 

Apesar desta paisagem apocalíptica que será reduzida a uma floresta monstruosa e desertos, o fundo dos mares encheu-se de mais destroços dos que já lá existiam. Os peixes que resistiram foram multiplicando-se por espécies e no tamanho. À superfície, dos insectos aos mamíferos de pequeno, médio e grande porte, tudo se reequilibrou sem os distúrbios dizimantes da tecnologia humana.
 


Tendo resistido mais do que se supunha, a Estátua da Liberdade, em Nova Iorque, acabou por se desmoronar, acabando o suporte apenas erguendo hastes e meio submerso na flora em redor.
 

 A Liberdade degolada


Um aspecto de Londres a meio do período de
degradação que iria chegar aos 900 anos. 
 

 


                              
                           As barragens não duraram para sempre. A Natureza                                           recuperou  a sua dimensão  e as barragens romperam.                                      
      
 

 Os desertos acabaram por delimitar grandes zonas   dantes frondosas e usadas para produções diversas.

Nova Iorque
300 anos depois


2 comentários:

Miguel Baganha disse...

*«Talvez não haja mais séculos após o nosso. Talvez alguma bomba tenha assoprado as luzes. Tudo estará morto: os olhos, os juízes, o tempo.» "Depois do desaparecimento da Humanidade".

*«A depressão assalta-me de novo, um novelo no peito, uma indizível flacidez nos membros: esforço-me apenas por deslizar os olhos pelo muro de pedra, pelos ramos de espinhos, pelo tronco leproso da árvore, pensando vagamente na inutilidade das coisas e no desapreço que dedico, nestes momentos, ao sentido anunciado dessas coisas -- esquecido de alguns entusiasmos metafóricos ou das laboriosas alegorias que espalho em volta, atrapalhado de premonições.»

*extraído do livro «Angola 61 - uma crónica de guerra - » de Rocha de Sousa

jawaa disse...


Ficção no seu melhor. Espero que, outros mais 300 anos volvidos, a natureza tenha recoberto, recomposto tudo, sem tempo ainda para uma nova espécie ter dominado a fauna e flora restantes. De novo a inocência(?) do paraíso primeiro.

Eu teria pena, confesso, deste mundo de ficção que vivemos: a Internet que nunca foi anunciada por nenhum Júlio Verne :)))