composição plástica operada em computador por Rocha de Sousa
«A Arte é uma soma de destruições»,
disse Picasso.
Trata-se de uma expressão invulgar mas e assombrosamente lúcida. Destruir o branco da tela para lhe introduzir as primeiras escolhas cromáticas, depois estas a fim de começar a operar misturas, apagando aqui, acentuando ali. Dentro desta viagem luminosa, a soma das destruições não se mede apenas no plano físico; aprecia-se igualmente pela medida das sensações percebidas, umas depois das outras, as seguintes jogando com a nossa conciência - mostrando o espectáculo dos apagamentos e sobreposições, a força interior do que se desprende na nossa direcção e nos arrebata o ver.
Por estranho que pareça, os meios informáticas permitem seguir esta nossa urgência de esboçar as primeiras linhas, manchas entretanto, figuras fechadas que enchemos de «tinta» e assim por diante, aravés de instrumentos invisíveis que invertem o valor cromático, escurecendo ou saturando as matérias, enquanto os valores se desbronam em valores, rodeando ou não os perímetros os mais diversos. Daqui em diante, se quisermos, acresntamos mais linhas, manchas, apagamentos ou sprays, manejos, em suma que permitirão encontrar novos caminhos, paisagens, formas.
A beleza do mundo ou o sonho dos homens.