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terça-feira, junho 19, 2007

AINDA HÁ SANGUE A CORRER

Ainda há sangue a correr é uma forma de expressão quase macia, contornando o assombro das tragédias que ns rodeiam. A Europa, berço de uma cultura cujos valores já se fazem sentir para além das grandes guerras, quer falemos da Guerra dos Cem anos, quer nos ocupemos da análise das que decorreram na primeira década do século XX e entre o fim dos anos 30 e parte dos anos 40, com a Alemanha como referência principal dos acontecimentos, na prática dos horrores, Primeira e Segunda Grandes Guerras como infelizmente sabemos, por vezes na própria pele Mas a recuperação apoiada pelos americanos depois deste último e decisivo conflito, numa época em que a solidariedade teve importante época expressão circunstancial.
Mais tarde, usufruindo dos seus valores de civilização e de um entendimento que nos atirou para o projecto da União Europeia, velhas feridas de ocupações, injustiças e negócios de fronteiras, para não falar da memóia histórica onde esvoaçam as terríveis imagens das Cruzadas e da Santa Inquisição, teve a sua hora de paz e de triunfo técnico-científico. Mas os povos explorados da linha do norte de África, até para lá da margem oriental do Mediterrâneo, foram ganhando poder e atirando para o ar o seu grito (tantas vezes alienado) de uma revolta social, religiosa, e até mítica, na mistura promíscua de credos deturpados e aterradoras regras de dilaceração feminina, as burcas, as saias e túnicas até aos pés. Tudo em guerra, de uma ponta à outra, apesar da intervenção das organizaçõpes internacionais. Os Talibãs cegaram para o mundo, procuraram uma estranha pureza sem bases sólidas através do analfabetismo, da proibição dos espectáculos, da música, da ate propriamente dita. Talvez a arte tenha feito de novo o seu entendimento com o Diabo. E quando essa estranha gente, essa estranha cultura, provou ao mundo qual o grau da sua insanidade ao destruir uma enorme figura escultórica, marca da civilização egípcia há milénios, definiu os retrocessos da humanidade e as suas infecções congénitas. Israel, pedra de toque de toda esta história, que o Hamas quer arrancar daquele território para todo o sempre, tem a sabedoria dos perseguidos, mas arrasta consigo a apropriação de fronteiras que não eram as suas, nem mesmo quando se desencontrou de Cristo. E assim, na época dos milagres tecnológicos, há ainda sangue a correr, homens alucinados fazendo-se explodir nos caminhos do futuro. E enquanto morrem por dia centenas de pessoas, sem falar nos emigrados, os professores da barbárie espalham a sua ciência do martírio e as práticas do Juizo Final.

Um comentário:

jawaa disse...

No milagre tecnológico está também a outra face: quebra todas as fronteiras, então os homens abusam, não conhecem , não respeitam os seus limites, querem sempre mais.
O sangue vai continuar a correr...