Mais tarde, usufruindo dos seus valores de civilização e de um entendimento que nos atirou para o projecto da União Europeia, velhas feridas de ocupações, injustiças e negócios de fronteiras, para não falar da memóia histórica onde esvoaçam as terríveis imagens das Cruzadas e da Santa Inquisição, teve a sua hora de paz e de triunfo técnico-científico. Mas os povos explorados da linha do norte de África, até para lá da margem oriental do Mediterrâneo, foram ganhando poder e atirando para o ar o seu grito (tantas vezes alienado) de uma revolta social, religiosa, e até mítica, na mistura promíscua de credos deturpados e aterradoras regras de dilaceração feminina, as burcas, as saias e túnicas até aos pés. Tudo em guerra, de uma ponta à outra, apesar da intervenção das organizaçõpes internacionais. Os Talibãs cegaram para o mundo, procuraram uma estranha pureza sem bases sólidas através do analfabetismo, da proibição dos espectáculos, da música, da ate propriamente dita. Talvez a arte tenha feito de novo o seu entendimento com o Diabo. E quando essa estranha gente, essa estranha cultura, provou ao mundo qual o grau da sua insanidade ao destruir uma enorme figura escultórica, marca da civilização egípcia há milénios, definiu os retrocessos da humanidade e as suas infecções congénitas. Israel, pedra de toque de toda esta história, que o Hamas quer arrancar daquele território para todo o sempre, tem a sabedoria dos perseguidos, mas arrasta consigo a apropriação de fronteiras que não eram as suas, nem mesmo quando se desencontrou de Cristo. E assim, na época dos milagres tecnológicos, há ainda sangue a correr, homens alucinados fazendo-se explodir nos caminhos do futuro. E enquanto morrem por dia centenas de pessoas, sem falar nos emigrados, os professores da barbárie espalham a sua ciência do martírio e as práticas do Juizo Final.
terça-feira, junho 19, 2007
AINDA HÁ SANGUE A CORRER
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Um comentário:
No milagre tecnológico está também a outra face: quebra todas as fronteiras, então os homens abusam, não conhecem , não respeitam os seus limites, querem sempre mais.
O sangue vai continuar a correr...
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