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quinta-feira, novembro 08, 2007

1987: PRIMEIROS ENSAIOS PARA PERSONAGENS ILUSTRADAS




fragmento de «A MORTE DAS AVES»

As apresentações feitas neste blog visam, como disse no início, conceder lugar a obras de minha autoria, quer no domínio das artes plásticas, quer no âmbito da fotografia e do cinema, quer ainda no espaço da criação literária. Esta prática pluridiscilinar, sem partir de qualquer ambição de sucesso, teve sobretudo, ao longo de toda a minha actividade enquanto docente, o propósito de abrir vias didácticas e pedagógicas nos processos metodológicos do ensino artístico. Pensar pluralmente os meios de criação naqueles domínios, agir através de um deles ou trabalhar em sistema interactivo naquela base, isso alarga o quadro de recepção de informações, de conhecimentos, permitindo agir por nós ou em regime de formação de alunos, na prática e na teoria, no sentido de gerar um número cada vez maior, e sobretudo mais apto, de operadores das artes plásticas, visuais e do design.
Não tendo condições logísticas nem de arquivo para subir a minha obra a montante, cronometrando as suas fases no presente e preparando resultados a jusante, o que se justificaria num Site devidamente apetrechado, entre solicitações várias, fiquei humanamente aqui, dedicado a recuperações de documentos e obras quase perdidas. Num Site, como sugeri, seria agora possível aceder à bibliografia publicada ou guardada sem grande nexo, bem como obras literárias e científicas, a par de um largo espólio pictórico e a uma recuperada presença de cinema de ensaio (filme e vídeo), junto da qual existem peças de carácter científico e pedagógico, tal como as unidades audiovisuais de leccionamento (Didáctica da Educação Visual) no campo específico da Universidade Aberta.
As imagens entretanto propostas são anteriores a muitas outras que já apareceram atrás, mas esses arcos de revisão são úteis a diversos níveis. No caso presente, estamos em presença de ensaios ou estudos para a série «As Personagens Ilustradas», obras que nunca foram expostas e que, num modo gestual, apontado, desde logo ensaiando as simbioses ou enlaces paradoxais, visão entre o sonho e os complexos quotidianos, desastres, tratamentos, reencontros, abraços de partidas e chegadas, toda uma contingência, enfim, destas personagens, a busca e o desespero. Alguns casos estão perto do sonho ou da metamorfose, como podemos rever a montante, mas as cenas, na generalidade, tendem a «ilustrar» temáticas reconhecíveis desde há muitos anos e principalmente na actualidade, tempo de grandezas respeitáveis e de degradações globais que um dia obrigarão (com ou sem apocalipse) à escolha de um projecto com novos objectivos na articulação adequada de bens estruturais de consumo, num outro uso do planeta e em função de equilíbrios civilizacionais enfim despojados dos desastres principais que hoje contêm paradoxalmente uma fúria genocida, a par do crescimento de brutalizantes desnecessiades.

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