uma lembrança de Homs
O rumor sobre a Síria adensou-se. E os que esperavam por um erro dos rebeldes, desculpavam (como se falassem de mentiras) todo o avanço bélico de Assad. Havia quem rejubilasse com as explosões provocadas com carros armadilhados,
vejam, vejam, não passam de terroristas.
Mas, sem nada perceberem do horror instalado, mais apontaram dedos e slogans à oposição do regime por haver capturado soldados fiéis ao poder, exercendo sobre eles actos de tortura, ou por vingança ou para a obtenção de certos dados estratégicos sobre a guerra.
O Presidente Sírio, sem oratória de relevo, limitou-se a dizer, já tarde, que o país estava a ser atacado por uma conspiração internacional. A propósito do que foi a história, e dos príncipes e dos seus desastres principais na área da actual Europa, o Conselho Nacional Sírio, principal plataforma da oposição a Bashar al-Assad, deu uma conferência de imprensa no dia 1 de Abril (2012). Foi com base nesse acontecimento, em parte falhado, que Bassma Kodmani, admitindo que o tempo de Assad se estava a esgotar, disse que, nesse caso, os «amigos da Síria» tinham toda a legitimidade para decidir avançar com uma intervenção militar e «resgatar os sírios» da ditadura. O jornal Público, no dia seguinte àquelas afirmações, avançou com um título no mínimo perturbador: «Se o mundo não fizer nada, vai ver uma guerra civil transformar-se num conflito regional.»
Contudo, depois deste tempo todo e da destruição impiedosa de cidades sírias inteiras, a começar por Homs, o que resta, entre desertores e o êxodo do povo para a Turquia, é um país praticamente arrasado, milhares de mortos, paralisia e lixos dantescos onde os corpos se perdem e decompõem.
Quem é que responderá por isto?
____________________________________________
texto inspirado num tratamento dos problemas daquela área no livro narrativas da suprema ausência,
de Rocha de Sousa, em revisão.
vejam, vejam, não passam de terroristas.
Mas, sem nada perceberem do horror instalado, mais apontaram dedos e slogans à oposição do regime por haver capturado soldados fiéis ao poder, exercendo sobre eles actos de tortura, ou por vingança ou para a obtenção de certos dados estratégicos sobre a guerra.
O Presidente Sírio, sem oratória de relevo, limitou-se a dizer, já tarde, que o país estava a ser atacado por uma conspiração internacional. A propósito do que foi a história, e dos príncipes e dos seus desastres principais na área da actual Europa, o Conselho Nacional Sírio, principal plataforma da oposição a Bashar al-Assad, deu uma conferência de imprensa no dia 1 de Abril (2012). Foi com base nesse acontecimento, em parte falhado, que Bassma Kodmani, admitindo que o tempo de Assad se estava a esgotar, disse que, nesse caso, os «amigos da Síria» tinham toda a legitimidade para decidir avançar com uma intervenção militar e «resgatar os sírios» da ditadura. O jornal Público, no dia seguinte àquelas afirmações, avançou com um título no mínimo perturbador: «Se o mundo não fizer nada, vai ver uma guerra civil transformar-se num conflito regional.»
Contudo, depois deste tempo todo e da destruição impiedosa de cidades sírias inteiras, a começar por Homs, o que resta, entre desertores e o êxodo do povo para a Turquia, é um país praticamente arrasado, milhares de mortos, paralisia e lixos dantescos onde os corpos se perdem e decompõem.
Quem é que responderá por isto?
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texto inspirado num tratamento dos problemas daquela área no livro narrativas da suprema ausência,
de Rocha de Sousa, em revisão.
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