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quarta-feira, julho 04, 2012

QUEM GANHA O QUÊ NA VIL TRAGÉDIA DA SÍRIA?

uma lembrança de Homs

O rumor sobre a Síria adensou-se. E os que esperavam  por um erro dos rebeldes, desculpavam (como se falassem de mentiras) todo o avanço bélico de Assad. Havia quem rejubilasse com as explosões provocadas com carros armadilhados,
vejam, vejam, não passam de terroristas.
Mas, sem nada perceberem do horror instalado, mais apontaram  dedos e slogans à oposição do regime por haver capturado soldados fiéis ao poder, exercendo sobre eles actos de tortura, ou por vingança ou para a obtenção de certos dados estratégicos sobre a guerra.
O Presidente Sírio, sem oratória de relevo, limitou-se a dizer, já tarde, que o país estava a ser atacado por uma conspiração internacional. A propósito do que foi a história, e dos príncipes e dos seus desastres principais na área da actual Europa, o Conselho Nacional Sírio, principal plataforma da oposição a Bashar al-Assad, deu uma conferência de imprensa no dia 1 de Abril (2012). Foi com base nesse acontecimento, em parte falhado, que Bassma Kodmani, admitindo que o tempo de Assad se estava a esgotar, disse que, nesse caso, os «amigos da Síria» tinham toda a legitimidade para decidir avançar com uma intervenção militar e «resgatar os  sírios» da ditadura. O jornal Público, no dia seguinte àquelas afirmações, avançou com um título no mínimo perturbador: «Se o mundo não fizer nada, vai ver uma guerra civil transformar-se num conflito regional.»
Contudo, depois deste tempo todo e da destruição impiedosa de cidades sírias inteiras, a começar por Homs, o que resta, entre desertores e o êxodo do povo para a Turquia, é um país praticamente arrasado, milhares de mortos, paralisia e lixos dantescos onde os corpos se perdem e decompõem.
Quem é que responderá por isto?
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texto inspirado num tratamento dos problemas daquela área no livro narrativas da suprema ausência,
de Rocha de Sousa, em revisão.

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