Talvez não haja título nem para as «ilustrações» nem para os indícios da sua turbulência, a fragmentação dos edifícios, os seres cortados ou desfeitos em imagens de espelho ao correr do olhar. São as guerras que merecemos ou o resultado de civilizações que erraram os planos da sua história, entre os medos, os mitos e os deuses a fazer de pais omnipotentes, a exigir mortandades para serviço da sua discisplina e ordem e ocultos desejos de grandeza. Veio tudo a acantonar-se num só Deus com vários nomes. Alá está hoje zangado e o livro que o serve é decorado pelas meninas que os talibã sequestram em estranhas escolas. Deus, dos cristãos, já aparecera no livro Sagrado dividido em vários ou num disfarce de cólera única para reger um mundo convulsivo, apesar dos anteriores, Buda, o senhor oferecido ao Todo ou ao Nirvana, para onde convergem os mortos vazios do que foram em vida. Agora as religiões repetem os horrores milenares e despedaçam as nações: outrora as Cruzadas, entretanto as guerras santas, sob o mesmo Alá, numa pavorosa explosão de grupos, seitas, sacerdotes feitos generais, presidentes gritando para as tempestades como os Papas medievais sussurravam a usura e os equívocos entre mortos e vivos, casando e descasando, até à luz daquele Lutero que ainda nos ilumina apesar das suaves iluminações de Francisco, arranchado perto do Vaticano e pronto a dizer as prontas palavras até há pouco ocultas nas catequeses.
Estas palavras, descosidamente, procuram chamar a atenção para as crises sistémicas actuais e para os fenómenos de desmembramento das culturas em nome das novas Cruzadas de todos contra todos, povos, etnias, seitas, religiões, grupos económicos e políticos, em perda como a ONU, a UE, a própria UNESCO, sem falar nos federações e outros regimentos de interesses e de memória colonial.
Assim, aqui ficam, para memória futura, duas imagens riscadas, a morte de alguém, as cidades devastadas, em ruínas.
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