Alguns anos atrás, em pleno Verão, os incêndios florestais atingiram a paisagem algarvia, o mato seco e muitas árvores de várias espécies, trepando pelos montes e iluminando as cidades do interior desta forma aterradora, apesar de fascinante. Em pleno dia, um disparo fotográfico produzia, em registos sobre papel e após a revelação, efeitos assim, que mais parecem um mero truque de breve encanto. Estas fotografias não foram feitas com máquina digital, mas parece que as diferenças entre sistemas técnicos não se afastava muito dos tons ardentes, alaranjados. Podemos considerar esta memória como sinal de um desastre raro. Mas hoje, com o despertar das sociedades para os fenómenos da alteração do clima terrestre e previsões credíveis, imagens assim obrigam-nos a olhar com mais respeito as catástrofes que começaram a abater-se sobre os continentes em datas recentes.
Alguns anos atrás, num verão de grandes incêndios florestais, o fogo atingiu largas áreas do Algarve e as fotografias que se obtinham em pleno dia ficavam registadas como se pode ver acima, acabando o mato, após esse desastre, de fornecer apenas este desolado aspecto de perda.
2 comentários:
As fotografias são uma beleza e confrontam-nos com a nossa cegueira.
Gosto muito do seu quadro: os tons, a destruição, os gritos de protesto.
As fotos são uma antítese autêntica, falam-nos de beleza e de tristeza ao mesmo tempo. O fogo não perdoa e destrói o que tanto tempo levou a preservar.
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