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segunda-feira, fevereiro 01, 2010

OS SINAIS DE DEUS NO DESERTO ALENTEJANO

2009
abandono
Aqui acolho,
pelas analogias
de escolha estética,
fotografias registadas
no Alentejo
por um jovem arquitecto,
TIAGO DAMASCENO,
cujo olhar me
parece peculiar
amadurecidamente.












natureza morta
Primeiro porque se tratam
de fotos de um jovem
arquitecto por estes temas se faz
acompanhar de um talento
indesmentível,
sabendo como representar
o que vê.













berço
A mensagem
é comunicar a linha
de escolhas criteriosas na base de
temas sobre a vida e a morte
de gente cujo património fica
assim reduzido a estranhos
sinais de perda, abandono,
sinais de um destino sem sentido.












lareira
Fiz, não há muito tempo,
um exercício semelhante a este,
numa aldeia em ruinas na serra do Algarve.
Desta vez, Tiago, que vive e trabalha na África do Sul,
meteu-se por veredas alentejanos, numa das suas partes
mais desérticas e abandonadas, tendo encontrado esta casa
arruinada. Tema de que logo se apropriou como se o mundo
tivesse acabado.












escombros
Como no livro «A CULPA DE DEUS»,
dir-se-ia que Tiago julga ser aqui, após a morte e os
e os testemunhos de uma vida, um lugar apropriado
para procurar os obscuros sinais de Deus.
Perguntei-lhe se rinha encontrado alguma manifestação assim.
E ele disse: eu não, mas estude as fotografias,
pode ser que não seja em vão.
E não foi, de facto, em vão.
Porque os sinais do homem
superam os esquecimentos habituais
nestes casos.

2 comentários:

jawaa disse...

Eu diria que, para os crentes, os que escrevem o Seu Nome com letra maiúscula, o Homem é obra de Deus . Assim, Deus está por ali, bem visível: Ele cria, o Homem cria e Ele destrói, para que o Homem possa criar de novo. E recriando, o Homem melhora e se aproxima mais da obra do seu Criador.
É a lei da vida, é a lei de Deus.

Miguel Baganha disse...

Sinais de Deus ou do Homem. Registados por um jovem dotado de uma profunda sensibilidade estética, talvez estigma genético circulando na massa do sangue.

Parabéns ao Tiago. E a si, João, por saber ler os sinais ocultos no apocalipse imagístico.

Um abraço,
Miguel