Se começarmos a olhar vulgares cartazes do meio urbano (em cima) sabemos logo que tais obras são comunicação corrente de coisas ou factos acessíveis, em geral, ao nosso reconhecimento. Se mudarmos do olhar para um nível de percepção mais indagador, explorando o ver em consonância com o nosso entendimento da cor e da forma (factores já experimentados através da pintura) a paisagem das formas pode começar a ser trabalhada por norma em sucessivos registos, cortes, reenquadramentos. Esta deriva nesse sentido, de cima para baixo, mostra-nos, a começar, um fragmento de cartaz rasgado sem grande fervor, reenquadrado e aproveitado nas suas maiores potencialidades plásticas, inclusive após uma rotação de 90º. É um começo que abre janelas operativas que nos permitem, pela contracção ou expansão, obter surpreendentes composições, nas quais é possível instaurar mais ou menos informação, insistir no efeito do ruído, tornar o «quadro» menos prolixo, em aproximação a um certo minimalismo de significação em parte guardada, em parte revelada.
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