Páginas

sábado, novembro 18, 2006

MEMÓRIA RURAL E A LINHA FÉRREA




A nossa viagem pelos tesemunhos do passado, entre utensílios comuns e patrinónios quase lendários, implica uma espécie de projecto cultural, sem preconceitos, alinhado pela longa parábola que o tempo parece descrever. Num velho estaleiro de ferramentas agrícolas, este velho carro de tracção animal oferece-nos, além da beleza da idade e dos materiais, a imagem da sabedoria dos antigos mestres: eles já dominavam o design e a importância das formas que funcionalizavam. Sábios, também, são os idosos donos desta quinta, porque zelam pela conservação deste património e da sua inapagável beleza.
___________________________
Não há menos beleza nestas rodas de ferro que suportam uma caixa destinada aos contentores dos combóios de mercadorias. O problema é outro, sendo idêntico nesse aspecto, e no próprio envelhecimento do ferro: o problema é o das tecnologias e da dimensão social que as formas encerram, uma grandeza que pode não ter limite.
No seu estaleiro museológico, o carro de tracção aninal avisa-nos ainda do linite e do equilíbrio das coisas.


fotos de Rocha de Sousa

2 comentários:

naturalissima disse...

Esta é uma linguagem da qual me identifico bastante, pela sua sensibilidade histórica e com uma carga humana quase escassa!
Senti uma certa nostalgia!
Evidencio a minha admiração pelas fotografias magníficas aqui editadas!

Tio, gostei e muito...

Um beijinho
Daniela

Isabel disse...

Bom eu gostaria de o esclarecer, mas não sei como. A veritas e eu não somos a mesma e não faço ideia como apecemos juntas, talvez seja um engano momentaneo.

Não pude deixar de mais uma vez admirar as suas fotos e a grandeza revelada tanto na fotografia como no texto.
Sabios os que vivem o presente, aguardam pacientemente o que o futuro lhes reserva e tem sempre presente uma visão do passado.

Obrigada pelas suas visitas e pelo que nos ensina aqui neste seu espaço.

Isabel