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quarta-feira, janeiro 31, 2007

DERIVA DO OLHAR SOB A LUZ DA MANHÃ


















fotos de rocha de sousa


Não há muito que dizer, apesar da fotografia nos fornecer a expressão suspensa entre dois instantes de percepção ou a nitidez aparente do real, ou o ar difuso de quem acorda com o cristalino amarrotado. Levanto a cabeça do braço apoiado sobre a mesa e sinto a pequena distância, a madeira e o brilho sucinto da manhã. Acordar pode ser esta deriva do olhar paralelamente a partes de objectos que ficaram aqui desde ontem, as paredes de vidro de um corpo, a haste de um par de éculos, uma caneta, a distorção das várias proximidades e o braço ainda amparado no tampo da mesa. Um sentimento difuso. Um princípio de espera. O corpo dorido.

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