Anos 70 e ainda a procura indecisa de novos caminhos para a representação. Esta ansiedade, assim vivida, já fora ultrapassada em parte por muitos expedientes, todos eles forçando apagar depressa a representação pictórica da realidade e, com ela, a própria realidade. Áquela pintura chamavam os críticos «pintura ilustrativa» e faziam-no, com despudor, como se a mediocridade de certas obras viesse daquela característica. Maurice Denis tentou clarificar um pouco esta questão dizendo que, antes de qualquer outra, «a pintura era uma superfície coberta de cores dispostas segundo uma determinada ordem.» Mas esta ideia não acabava com a pintura representativa, pois o antes referia-se apenas à ordem das cores, não à posterior existência de figuração. E, além do mais, muitos autores acreditavam no valor da desordem, enquanto outros, de formação teórica como Paul Klee, alihavam pela frase deste ao explicar que «a arte não reproduz o real, torna-o visível». A evolução do pensamento plástico, anos mais tarde, haveria de de estabelecer como aceitável que a qualidade ilustrativa de uma pintura não obrigava à sua denegação, pois o assunto não define o quadro mesmo que seja transformado em tema dele. O que importa é o critério do modo de formar e portanto a excelência da forma plástica.
terça-feira, abril 24, 2007
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Um comentário:
Tem razão, mestre: «a base não é a cúpula.»
É bom revisitar estes espaços.
Um abraço
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