Jovens combatentes, porventura, a mão sobrando sobre a camisa, uma velha placa de ferro tapando um enorme contentor. Mão breve, um rosto fixo no céu nocturno, talvez sejam apenas crianças, afinal, que se ocultavam naquela abrigo coberto de ferrugem e tinta cinzenta, apanhados de súbito pelos estilhaços de um projectil especializado.
sábado, novembro 04, 2006
EXPOSTA, SUSPENSA, A MÃO SOBREVIVE
Jovens combatentes, porventura, a mão sobrando sobre a camisa, uma velha placa de ferro tapando um enorme contentor. Mão breve, um rosto fixo no céu nocturno, talvez sejam apenas crianças, afinal, que se ocultavam naquela abrigo coberto de ferrugem e tinta cinzenta, apanhados de súbito pelos estilhaços de um projectil especializado.
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4 comentários:
Caro Rocha de Sousa como está?
Aceitei o seu convite e eis-me aqui!
Apesar de reconhecer a estética irrepreensível deste seu novo espaço, não posso deixar de ser sincera e de lhe dizer que as imagens escolhidas me pertubam, pela frieza, crueldade, terror e sofrimento que retratam.
Infelizmente, São nos tempos que correm, factos tão reais como a imagem de um rosto de criança que sorri, mas ao olhá-las sinto mágoa.
Talvez eu seja covarde e por isso, prefira ver imagens mais positivas e belas.
No entanto, gosto do objectivo deste seu blog e concerteza voltarei para o visitar.
Cumprimentos sinceros.
Teresa LAnça
Caro Rocha,
Eu entendo que o artista tenha necessidade de exteriorizar o melhor e o menos agradavel de sua alma. Assim como entendo que, quem foi testemunho de atrocidades como o Rocha concerteza o foi, sinta a necessidade de as ver expostas ao mundo e presentes na consciência da sociedade. Admiro até que tenha essa coragem e não faça como eu, que estava a enfiar a cabeça na areia como a avestruz. Tenho militares na familia. Meu Pai esteve na Guiné em 62 e sei que o mais saudável é de facto enfrentar a realidade e as memórias.
Mas a violência magoa-me, mesmo que retratada artiscamente e não consegui evitar dizê-lo.
Vi as fotografias que referiu no seu coemntário e essas sim, fizeram-me sair daqui, com um sorriso nostálgico e agradável.Obrigada.
Voltarei, para ver o tal futuro mais sorridente que me "prometeu"
Cumprimentos
Teresa Lança
Tio João
Sem tocar no trágico conteúdo que esta obra nos transmite e de forma excelente num breve texto, manifesto com muito agrado a sua composição, as cores escolhidas e o "movimento" das suas formas...
Conheço já muito das suas obras, mas cada uma delas surpreendentes, embora com linguagens e formas idênticas, são todas tocadas com diferenenças e SEMPRE com um ALERTA para um mundo COVARDE, CRUEL, HIPÓCRITA e EGOÍSTA... para um mundo em que muitas vezes a condição humana é ignorada.
Este... é de se tirar o chapéu.
Fico satisfeita por vê-lo a dar continuidade com o que faz.
Dei já inicio ao seu livro... Falaremos sobre ele, noutra ocasião.
Um beijinho
Daniela
" Exposta, suspensa, a mão sobrevive"...
Rocha de Sousa:
É através desta sua máxima, que retribuo os seus elogiosos comentários, deixando a minha mão exposta, suspensa e sempre viva para quando necessitar de um amigo.
Do sua pintura; a qual já tive ocasião de vêr algumas obras no catálogo que tão gentilmente me enviou, sinto que procura um outro real, aquele que se esconde por detrás dos corpos, por detrás dos rostos, por detrás do real-dito-real.
Desta feita, empresta por assim dizer; toda uma estranha e fantástica encenação aos seus trabalhos, que por vezes me faz lembrar Francis Bacon.
Não possuo a palavra exacta para definir o seu trabalho; mas queira-se ou não, dele emana uma estranha sensação que não me deixa indiferente.
Acabo de receber o seu livro « A CULPA DE DEUS », cujo tema abordado é um dos que mais me fascina.
Prometo lê-lo com a devida atenção, na esperança de que um dia possamos trocar impressões a esse respeito.
É com grande consideração, que agradeço os comentários a mim direccionados, e lhe envio um abraço de estima e admiração,
Miguel Baganha
P.S.Desejo que o seu livro tenha uma óptima repercussão junto dos leitores.
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