Por estranho que pareça, este belo edifício revestido a tijolo era uma central termo eléctrica e tive oportunidade de a visitar há largos anos todo o seu interior quanto todos os seus fornos, tubos e máquinas se encontravam ao abandono, formando um cenário quase irreal, para qualquer desses filmes de ficção científica transversal ao presente e ao início do século XX. Ocorreu-me, na altura, que todos os elementos contidos naquele espaço deveriam ser conservados, tudo limpo e pintado nas poucas cores previsíveis, formando-se assim um museu da electricidade quase exclusivamente com tal património. Ao escrever sobre aquele objecto, no contexto de análises sobre arte, atribuí-lhe á designação de museu encoberto. Alguns anos mais tarde, na linha de séries para a televisão escritas por mim e realizadas por José Elyseu, tentámos rodar um filme sobre aquele edíficio, no exterior e principalmente no interior, metáfora sobre a pintura, numa obra em vídeo com o nome que cada mais se sedimentava em mim: Museu Encoberto. A filme foi produzido, embora destacado da série, e hoje está de facto transformado em museu da ciência e da electricidade, polivalente, já não encoberto mas reinventado para diferentes iniciativas artísticas além do seu uso habitual sancionado naquela trabalhosa edíção cienamtográfica.
domingo, janeiro 14, 2007
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Um comentário:
Magnífico!!!
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